segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

pontos

Todo começa por um ponto.
Depois vem as linhas.
E as superficies.
E com elas construimos o mundo.

Então nós vemos o mundo.
E tocamos o mundo.

Tocamos a maciez da pele num abraço.
E descobrimos a amizade.
Tocamos a docura dos labios em um beijo.
E descobrimos o amor.
Tocamos o frio de um travesseiro molhado.
E descobrimos a saudade.

E vamos vendo, tocando e descobrindo.
E tudo acaba com um ponto.

?

De inicio tente não julgá-la.
Ela não é boa nem má.
Não é culpada nem inocente, apesar de suas mãos estarem presas.
Não se sabe se é o juízo dos outros que a fizeram bruxa, ou se ela está a caminho do castigo merecido. Ou se ainda suas mãos estão atadas diante de uma situação que ela -sendo só ela- não pode mudar.
Mas já a condenastes (aposto) quando, por detrás da tristeza azul de seus olhos, percebestes a ira de seus vermelhos. E não fizestes mal. Ela também é feita de sentimentos mesquinhos que diferem as mulheres dos anjos.
Mas olhe melhor. Não é só disso que ela é feita.
Se reparares bem há um coração escondido.
Então há também amor.
E ouso a dizer que muito amor, pois ele sangra.
E há também desejo, pois também somos carne.
Ela é confusa e estranha, mas ainda assim, por um motivo qualquer, ela me convidou a contempla-la.
A historia dela, seu passado e seus amores, eu desconheço.
Porém quando ela surgiu, espontânea, no papel, eu tive a certeza que ela me era familiar.
Quase certeza que já a vi...
Num espelho.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Only Exception

Maria Eduarda, ou duda, como todo mundo a chamava, tinha apenas sete aninhos quando viu sua mãe jogar malas e malas de roupas do pai pela janela. A mãe, que outrora abraçava e beijava o pai com o que duda achava que era amor verdadeiro, agora estava ao prantos amaldiçoando o amor e a vida a dois.
Depois dessa cena ela passou só ver o pai nos fins de semana, e o nome dele ficava expressamente proibido de ser mencionado perto da mãe, como se dizê-lo pudesse tirar das profundesas todos os demônios mais repugnantes. Duda não entendia o porque daquilo tudo e nunca ousou perguntar, mas ela tinha certeza de uma coisa: O culpado de tudo aquilo era o amor.
Então ela decidiu que isso não aconteceria com ela.
Nunca.
Ela ia beijar, curtir, mas nunca ter um compromisso serio.
E acima de tudo ela nunca iria se apaixonar.
Mesmo meio contra vontade, ela teve seu primeiro namorado aos 16 anos. Mas é lógico que ela não o amou, apenas se divertiu com passagem dele pela vida dela. Entretanto, no fim que ela estabeleceu, ela teve muito trabalho e sofrimenteo inutil para desconquistar o coração daquele menino que ela vertera falsas juras de amor, o que fortaleceu ainda mais sua tese de que o amor não valia a pena.
O que duda não sabia, é que quando ela completasse 18 anos, ela encontraria um garoto charmoso e doce. Que com toda a paciência iria conquistar o coração frio dela e aos poucos a levaria para o altar.
Ela podia ser jovem, inexperiente e fechada para novos sentimentos, mas aquele rapaz provou, de forma quase milagrosa, que ele era o cara certo pra ela. E ela soube reconhecer essa verdade no seu próprio coração. Então ela abriu uma exceção na sua regra de nunca amar.


http://www.youtube.com/watch?v=-J7J_IWUhls

não correspondidos

Ele estava disposto a perdoá-la sempre que ela pedisse. Ele a amava e lutaria por ela até que ela implorasse que ele desistisse.
Ela, entretanto, duvidava se podia se perdoar por ser responsável pelo fim. Sua repulsa a amores platónicos era tão grande que ela não conseguia se ver causadora de um. Todavia, ela tinha absoluta certeza sobre seus sentimentos e isso ninguém - nem ela mesmo, por mais que ela tentasse- poderia mudar.
Mesmo assim, ela tendia a aceitar seus galanteios. Ela não queria que ele desistisse dela, queria seu amor, e acima de tudo queria corresponde-lo. Mas não era possível.
Ela não entendia como a ideia dele desistir dela pudesse causar tanta confusão a sua mente. Ao mesmo tempo que dizer sucessivos "nãos-delicados" era tão desconfortável como a primeira ideia.
Ela estava confusa. E isso era como espinhos no coração dele. E feri-lo também a machucava.
Tudo era estranho e novo.
Era extamante o que ela tinha sonhado, mas na realidade era tudo muito frustrante.
Na teoria, gostar de estar com a pessoa e sentir saudade tinha que convergir diretamente para o amor, mas essa estranha equação da vida real levava a outro resultado que não se confundia com a atração homem mulher que ela esperava.
Essa historia, obviamente, vai ter um fim, porem eu ainda desconheço qual seja.
Provavelmente os dois com novos amores e uma historia, que nem começou, esquecida ou guardada num bauzinho no fundo da mente, onde a gente guarda as lembranças quando elas deixam de ser confusas e passam a ser doces e boas.
Ahh são tantos casais errados a minha volta que eu acabei escrevendo isso...
ariethy (www.fricotando.blogspot.com) e biel (www.embriaguez-literaria.blogspot.com) é meio pra vcs tbm :D espero seus comentarios....

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

as pessoas grandes

Já está mais que na hora de cruzar o limiar e entrar de vez no mundo das pessoas grandes.
Me assusta um pouco deixar de lado meus meninos perdidos e voltar pra casa, mas não posso mas querer ficar eternamente vendo jiboias com elefantes dentro. Sinceramente já não é mais tempo pra isso. Tenho que me acostumar que eu desenho casas, e não carneiros.
A vida é assim, nenhum peter pan vai aparecer na minha janela me convidando pra terra do nunca. E mesmo se aparecer, não existe meninas perdidas não é?
Então, "simbora meu povo" pensar em trabalhar, em ser independente, em sair de casa sozinha, em dirigir sozinha, em me apaixonar pelo cara certo, em ir pra barzinho, em conhecer gente nova... essas cosias que gente grande faz.
Não posso mais ser a garotinha tímida, por que no mundo dos grandes não há lugar pra esse tipo de fraqueza.
Só de pensar nisso me bate um desespero.
Mas eu não tenho escolha, e mesmo se tivesse eu escolheria crescer. Por curiosidade, por instinto, vai saber... mas de certa forma eu quero isso, por mais que me assuste.
E se eu olhar bem... Parce bem mais um chapeu do que uma jiboia.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

depois de ti

Me deu vontade de gritar. De mandar tudo a merda. De explodir em mil caquinhos e escondê-los todos de mim mesma.
Minha mente era pequena demais pra encaixar as peças do jogo. Dizer que ama e me abandonar, dizer que quer e fugir? não parecia fazer sentido.
Eu enojei o requinte de crueldade quando você brincava com os meus caichinhos perguntando se eu pensava em você. Quando você me fazia cobrir-te de elogios para agradar teus caprichos.
Quando me seduzia pra no fim dizer apenas "cansei de ti".
Se não me querias por que me deu esperanças? Se nunca quis amar por que insistia em me fazer amar-te? Por que não me deixou desistir de ti enquanto eu ainda sabia o que estava fazendo?
Sei que talvez não tivesse sido sua intenção parti meu coração. Talvez fosse só seus caprichos de criança mimada. E na maioria das vezes eu te perdoo por tudo isso, embora nem sempre eu consiga ser assim tão firme. Continuo olhando com o mesmo carinho inútil para tua imagem insistente em meus pensamentos.
Se gosto de ti? Muito, porém agora gosto mais de mim mesma para esperar calada resolveres tuas duvidas, para esperar que finjas me amar por pura necessidade. Vou ser feliz no meu próprio caminho, esperando que seu gosto saia de minha boca e as tuas lembranças se tornem meros fantasmas presos em textos passados.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

507

Eu cantarolei a musica que eu estava ouvindo, ignorando totalmente o resto do mundo, enquanto rabiscava alguns planos para o dia num pequeno bloco de anotação.
O balanço do ónibus quase impedia que a letra saísse legível, mas eu não conseguia pensar em coisa melhor para driblar o tédio de um engarrafamento medonho no qual eu me encontrava. E também eu tinha que fugir do olhar curioso do rapaz q sentava no banco a minha frente (aqueles de costas... que ficam cara a cara com os outros passageiros, sabe?) que já estava me deixando inquieta.
"Que musica..." de repente eu vi os lábios dele se mexerem no que parecia ser uma pergunta dirigida a mim. Eu tirei um dos fones e pedi que ele repetisse.
"Que musica você estava escutando?" ele perguntou
"Supermassive black hole" eu respondi curiosa pela pergunta dele.
"Eu também" ele disse meio sorrindo, meio espantado com a coincidência.
E o mais interessante de tudo é que eu não estava ouvindo radio. E pelo jeito, nem ele.
"Gosta de Muse?" eu perguntei iniciando uma animada conversa.
Conversa que durou os 40mim de engarrafamento até o meu ponto. E quando eu fiz menção de sair ele puxou minha cadernetinha e minha caneta e rabiscou o msn e o telefone dele.
E disse, meio tímido "Que tal nos encontrarmos de novo? já sabe onde me achar".
E assim começou minha primeira historia de amor.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

eu queria saber se faço isso

Eu só queria saber porque as pessoas mudam... Na verdade, eu também mudei, e muito.
Eu só queria saber porque as pessoas tem coragem de fazer umas coisas loucas assim... Na verdade, eu também tenho, mas não sei se posso.
Eu também queria saber porque os outros são confusos, e porque eles ficam zangados a toa... Mas na verdade eu também não sei o que fazer, e estou irritada com isso.
Eu queria saber porque as pessoas se espelham nas outras... Mas eu também me espelho em algumas.
Eu queria saber porque nem tudo é como as pessoas querem, e porque elas tem de ser tão decepcionantes ás vezes... Mas eu também não tenho tudo e decepciono alguém.
Eu queria saber por que alguns ligam desesperados, porque não sabem o que fazer... Mas eu me sinto absolutamente confusa com muitas coisas.
Eu queria saber porque as pessoas fazem umas coisas absurdas, que eu critico... Mas na verdade eu as vezes tenho vontade de fazer umas coisas assim.
Mas na verdade, o que eu mais queria saber é: Faço ou não faço?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

fogueira (2)

Ela lhe deu a velha desculpa das arvores cortadas por uma imagem falsa de um menino muito bem apessoado.
Então ele abaixou-se e segurando delicadamente a mão dela e depositou ali um pequeno galho seco que tinha apanhado do chão. E disse:
"Não importa quantas árvores ele tenha cortado, me de um tempo e eu plantarei arvores suficientes para encher um belo jardim."
Nesse momento uma nova faisca apareceu e ela desejou que as árvores carecessem de novo.


pra entender a desculpa das árvores:
http://umcontokentinho.blogspot.com/2011/02/fogueira.html

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

The boy, Tom Hanson of Margate, New Jersey, grew up believing that he'd never truly be happy until the day hemet "the one." This belief stemmed from early exposure to sad British pop music and a total misreading of the movie 'The Graduate'.

The girl, Summer Finn of Chennicok, Michigan, did not share this belief. Since the disintegration of her parents' marriage, she'd only loved two things;
The first was her long, dark hair.
The second was how easily she could cut it off, and feel nothing.

Tom meets Summer on January eighth.
He knows, almost immediately, she is who he's been searching for.

This is a story of boy meets girl,
but you should know upfront...
This is not a love story.


Ele, um garoto que acreditava no amor.
Ela, uma garota que desconhecia seu coração e achava que ele não podia estar aberto ao amor.

Ele, alguem inexperiente.
Ela, também, mas com experiencias alheias suficientes pra discordar da felicidade com uma só pessoa.

Ele merecia a felicidade com a garota dos seus sonhos.
Ela encontraria essa felicidade ao acaso, como seu inconciente dizia que nunca ia acontecer.

voce conhece são Valentim?

São Valentim é um santo da Igreja católica e padroeiro dos namorados. E sua festa é dia 14 de Fevereiro (hoje!) então eu resolvi contar a historia dele por que é muiiito bonitinha:

Valentim era um bispo da Igreja durante o reinado do imperador romano Cláudio II.
Ele foi condenado a morte por continuar a fazer casamentos mesmo depois da lei que proibia esse tipo de pratica, por que Valentim acreditava no amor dos jovens casais que queriam se casar mesmo com a proibição do imperador.
Enquanto Valentim estava na prisão, os jovens namorados jogavam cartas dizendo que ainda existia pessoas que acreditavam no amor verdadeiro e na felicidade do casamento o que lhe deu forças para não desistir da sua crença no amor.
Antes da sua sentença ser executada ele recebeu a visita da filha do seu carcereiro, que era cega. Então os dois imediatamente se apaixonaram, e o amor deles foi tão forte que a jovem recuperou a visão.
Porém a historia não teve um final feliz, já que Valentim foi decapitado. Mas, antes de morrer ele deixou uma carta apaixonada pra ela que terminava com "de seu Valentim" expressão usada até hoje em muitos países pra terminar cartas de amor.

ahhh o amor é lindo... essa historia é super fofa e inspiradora... queria estar apaixonada ^^
muiitas felicidades pra quem está :D
beiiijos no coração Bella

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

sobre mim

"Bifurcação" a apalavra pairou em minha mente. Eu sabia muito bem de onde ela vinha: Da mesma boca (ou dos mesmo dedos, já que tudo isso não pareceria passar de uma viajem virtual) de onde veio a outra palavra maldita (mais conhecida como "namorado") que havia me empurrado contra as paredes caracachentas da pseudoloucura de sentir (Não que eu sentisse de fato, já que isso as vezes parecia ser pedir demais ao meu coração arritimico praticamente inutilizado). Em contextos diferentes e emoções um tanto diversas da que eu sentia agora, essas duas palavras inofensivas ligadas numa mesma teia (imaginaria e absurda que nem tentando vocês poderia entender) me levaram a uma decisão: ceder aos meus impulsos imaturos.
E por ingenuidade (ainda espero que apenas por isso) eu só fui perceber a besteira que eu fazia quando tudo já estava complexo demais para ser julgado inofensivo. Talvez tudo seja apenas um reflexo do medo (por que sempre, de alguma, forma é) de estar só. O desespero do abandono e da solidão que a muito me sufoca me faz alvo tão fácil da falta de razão (logo eu, que desprezo tanto o apego ¬¬). E num jogo de opostos, eu cativo sem ser cativada e busco a segurança e a liberdade de algo que só existe na minha imaginação de inexperiente nas coisas do coração.
No fundo, no fundo, nada me parece tentador. Nem ficar, nem ir, nem nada. Só me confundo pelos meus sonhos, onde tudo parece tão bom e tão certo. Mas a realidade sempre converge para mesma duvida: eu posso aprender a querer o que aparentemente eu não quero? posso descobrir na minha vontade algo alem do que eu mesmo espero de mim? Posso realmente não fugir assim que chover na minha horta? Posso viver (e gostar disso) sem juras de amor, sem carinhos e iniciativas, como se simplesmente beijasse um espelho meu?
Se eu nunca tentar jamais saberei. Mas tentar envolve suas reações, que eu, de fato, desconheço. Nunca soube como você se sente, nunca as suas palavras me fizeram entender os misterios do seu coração. Então como posso dizer que te conheço?
E em uma única coisa razão, emoção e tudo mais dentro de mim descarta em consenso é ferir seu coração e destruir o que é solido e existente: uma amizade que não pode ser destruída nem por mentiras nem por beijos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ohh mestre

Ah mestre! Sinto-me horrível! Eu cometi um crime...
Sim, um crime. Ah, como eu sou idiota.
Até me envergonho em falar, mas eu admito: eu roubei um brigadeiro antes do parabéns. Eu devo ter feito várias criancinhas tristes!
Sim, mestre, eu sei. Devo ser punida.
Mas é necessário algo assim, mestre, tão severo? Costurar minha boca? Nunca mais comer doces? Não mestre!
Ah, eu te imploro! Perdão mestre! Não, por favor! Eu prometo não fazer mais!
Eu vim atrás de consolo, mestre, não de punições!
O que? Consolo é pros fracos e punição é para os fortes?
Eu sou forte! Sim, devo ser punida. Você está certo. Mestre, você sabe o que é melhor pra mim, né?
Eu vou obedecer à punição. Minha boca deve ser devidamente costurada. Obrigada mestre! Você me mostrou o monstro terrível que eu sou. Obrigada, mesmo!

tipo assim... queria postar alguma coisa... achei esse texto de uma brincadeira do teatro... gostaram?? eu acho terrivel haushaushahs é da julinha xD

imortalidade

Elisa entrou no banheiro, mas dessa vez com outras intenções. O desespero já tomava conta dela a muito tempo, e ela sabia que não podia mais aguentar a vida que ela levava. Suas incertezas chegaram a tal ponto que ela desistira da luta, desistira da vida.



Como explicar isso ao que ela achava que ainda a amavam? Ela iria tentar porque ela ainda esperava que eles fossem piedosos e entendessem sua dor. Por isso trouxera com ela papeis e caneta. Muitos. Sua jornada em direcção a morte seria longa, ela teria tempo para isso.



Incerta que seu plano daria certo ela ligou o chuveiro quente para que o barulho da agua caindo disfarçasse seu verdadeiro plano. Então acendeu um fosforo, queimando a pilha de perfumes que ela havia posto na pia. O cheiro era incomodo, logo a sufocaria, mas havia tempo. Seria uma morte calma e sem dor.



Então ela se sentou no chão frio do banheiro e lembrou-se das palavras que ela queria escrever, concentrada, ela passou e rabiscar suas angustias nas folhas brancas, que agora se espalhavam envolta daquela figura desesperada.



O cheiro forte dos perfumes já confundia sua mente, mas ela ainda assim mantinha seu propósito de se despedir daqueles que ficavam. Confusa ela olhou pra suas cartas com a caligrafia muito boa para alguém imersa na confusão que ela estava.



Sangue, faltava sangue!




Então ela abriu a gaveta e com uma gilete fez um pequeno corte em seus pulsos. Com o sangue vivido ela começou a desenhar nas cartas, como se as palavras lá escritas já bastassem e os desenhos de sangue fossem meras distrações.



Seu cérebro girava e suas mãos tremiam. Ela mal podia rabiscar as formas no papel.



Então aconteceu algo que ela não esperava. Uma figura masculina esgueirou-se pela báscula. Ela olhou assustada, mas estava fraca demais para gritar. Alem do mais, que mal ele poderia fazer a ela que ela mesmo não desejasse?



Atraído pelo sangue, a figura mostrou sues dentes nada humanos para Elisa. Então ela entendeu, pela dor aguda que tomava seu corpo, que a figura a tirara do caminho escolhido.


Agora ela estava mais longe da morte do que um dia sonhou estar. Condenada, sem escolhas, à imortalidade.


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Expectativa!

"Ai meu Deus... Será que a Lila vai ser da minha turma? Será que eu vou ficar numa sala legal ou numa sala chata? Bom, pelo menos eu posso mudar de turma, né... Não, espera, não vai ser preciso, eu vou ficar numa turma boa!
Aiai, bem que eu podia fiar na turma com as meninas legais, né? E separar das mais chatinhas... Ah!, e Cristiano podia ser da minha turma, queria só ver a cara dele... Será que ele ia ser simpático comigo se eu puxar assunto ou ele vai ser grosso? E os outros meninos, poxa, também são legais, seria legal se estiverem na minha turma... E já que vai misturar tudo, as meninas da outra turma são bem legais, né! Quer dizer, nem todas, algumas, sei lá!
E os professores? Espero dar sorte! Além disso tenho que pensar no uniforme, nos materiais..."

E assim dormiu Jana, pensando no seu primeiro dia de aula, que seria na manhã seguinte.
E lá estava ela a caminho da escola, se ageitando e sorrindo. Caminhava pelo Colégio, e sorria, pois ela bem sabia, e tinha certeza, de que aquele seria um ótimo primeiro-dia-de-aula!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

de volta aos romances

Eu passei a roleta da escola sentindo o peso da arma roubada na minha mochila. Ela não devia pesar mais do que algumas gramas mas o que eu estava prestes a fazer pesaria toneladas para o resto da minha existência, que eu supunha que duraria apenas alguns segundos.
Eu torcia para que não houvesse vida eterna. Eu queria sumir, virar pó e nada mais. Jamais ser obrigado a viver além da minha vida miserável de adolescente onde quer que fosse.
Caminhei até minha sala, ouvindo a zoação de alguns daqueles garotos estúpidos prestes a ir se juntar a mim no nada eterno. Eles não tinha ideia de como hoje eu era mais forte do que eles.
Mas ainda não. Eu esperaria o momento certo.
Uma aula se passou.... duas... e finalmente a aula de filosofia... onde o professor maluco abordava o amor... como se ele curasse alguma coisa.
Então eu me levantei, caminhei entre as carteiras e cheguei bem perto do valentão da sala. Então eu puxei a arma e encostei bem perto da cabeça dele. Quem era o magrelo agora? O fraco? O zoado?
A sala ficou em silencio, o menino com a arama na cabeça tremia feito uma criança. Ele choramingou algo como "para com isso cara". Eu nem ouvi. O sangue corria tão rápido que eu podia senti-lo pulsar em meus ouvidos.
Era a hora. Eu ia puxar o gatilho. Nessa hora nem o professor se mexia. Nenhuma ação como eu imagina, miguem tentava me derrubar ou me impedir. Uma menina no canto da sala parecia orar.
Então uma voz baixa ecoou na sala "não faça isso" ela pediu "por mim".
Eu me virei. Uma garota tímida e quietinha acabava de cortar o silencio e olhar profundamente pra mim. "eu te amo, não te quero como um assassino" ela falou, baixinho, entre lágrimas.
Meu coração de repente derreteu, e eu não sabia mais por que estava fazendo aquilo tudo. Eu desejei a eternidade, e a vida também. Larguei a arma, devagar. E corri pra perto dela.
Inesperadamente, sem que a ideia partisse de nenhum dos dois, e ao mesmo tempo sempre estivesse lá, na minha cabeça e na dela, eu a beijei. Então eu ouvi um disparo. Senti uma dor aguda, abri os olhos e deparei com o desespero no rosto dela, ainda assim ela era linda.
Então tudo apagou.


Me pediram pra fazer um texto meio filosófico que fizesse pensar, ou que abordasse um tema polêmico e talz... eu não consegui é claro... tudo pra mim acaba em romance... talvez seja essa minha mania de achar que o amor sempre é a solução :)
a propósito, o menino não morreu. Ele só foi ferido. E saiu da escola, ele e ela... e eles estão felizes agora... como eu sei? O amor sempre salva esqueceu? não poderíamos ter um final trágico :)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

sobre a duvida

Segui o rastro do vidro quebrado no chão. Imaginei quem poderia ter se envolvido num acidente tão grave numa estrada tão deserta. O carro estava praticamente destruído. Quem quer que estivesse envolvido nesse acidente já devia ter morrido, ou estar muito perto da morte.
Senti um aperto no coração quando reconheci um ursinho no pára-brisa. Era Diogo, minha paixão platônica desde a quinta série. E ele estava vivo! Eu podia ouvir seus gritos de dentro do carro. Estranho, o pedido dele não era por ajuda ou algo assim. Ele dizia: “abre o porta malas” ou alguma coisa do tipo. Eu não entendi, mas procurei fazer o que ele pedia. Não fazia sentido, mas soava como ultimo pedido. Qual não foi minha surpresa ao encontrar uma face demoníaca presa as ferragens. Eu gritei!
O rosto. de forma totalmente sobrenatural, olhou para mim e em meio a risos sarcasticoe tenebrosos, ele disse "não tenha medo, sou um demónio domesticado" Eu continuei sem ação. "È só quebrar um dos meus chifres que eu salvo seu namoradinho" ele continuou "Não é um pedido muito grande é?". A voz era fria e assustadora, talvez até mais que a imagem bizarra que estava a minha frente.
Eu , tola, estendi a mão para tocar o chifre da criatura e quebrá-lo. Qualquer coisa valia a vida de Diogo. " Mas espere mocinha" a criatura disse com sua voz estranha "Ao fazer isso tua alma será eternamente minha, mas você não se importa não é? A vida do seu verdadeiro amor está em suas mãos... você não se importa com esse detalhe não é?" Ele riu ao terminar a frase. "Se você deixar ele morrer você também está condenada ao inferno, meu bem..." ele pronunciou as duas ultimas palavras com uma pontada de sedução. Me senti enojada "Pois assim tu serás uma assassina, pois o condenou a morte quando podia salvá-lo... e ainda tem a culpa de viver sabendo que a vida dele não foi salva... por egoísmo??" Ele me torturava com a crueldade de suas palavras.
Eu hesitei por um momento. Eu já estava condenada por estar no lugar errado na hora errada, estava condenada por amar Diogo! Ai eu pensei, que tipo de pessoa tem um demónio de estimação? Eu duvidei por um momento que eu realmente o amava. Porém todas células dos meu corpo gritaram um sim bem sonoro. Ele era decente, eu o conhecia. Ou não conhecia? Eu amava algo que eu não conhecia? A confusão crescia dentro de mim.
"Anda vai deixá-lo morrer?" o demónio gritou. Ele morreria e eu seria culpada. Se eu já estava condenada eu pelo menos o teria no inferno comigo. Parecia de certa forma tentador.
Mas era minha alma. Devia haver algum perdão por preservá-la...
Eu fiquei estática olhando para aquela figura horrenda que ansiava por minha alma. Tive medo.
Então dei as costas pra aquele horror.
Um passo. Eu realmente tinha tomado uma decisão?
Outro passo. Ele morreria por minha causa?
Mais um. Eu viveria com a culpa?
Eu olhei pra trás.
Na duvida....
E eu acordei.

dando uma de poeta (1)

Um mente com asas.
Uma alma a espera.
Um sonho perdido
entre amores e guerras

Uma espera sem fim.
Um dia bonito.
Um desejo incontrolável
de uma amor infinito

Numa catedral de vidro,
sozinho bate um coração.
Incessante busca, sufocante solidão.

Luta inútil, espera em vão.
Não tem tudo que se quer
quando se vive de ilusão.


*métrica #fail e rimas porcas...
*escrito por mim, a tipo muito tempo (2007)... obs: eu acho 2007 um tempo mt antigo... quem não acha meus pêsames.
*até hj não sei se gosto dele ou não. Resumindo, acho gosto das duas ultimas linhas :D

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

fogueira

- Lara, então você quer ficar comigo?
- Patrick, posso te contar uma historinha? "Era inverno, por 19 anos era inverno, e todas as árvores cresciam fortes esperando que nascesse uma faisca, uma faisca que pudesse acender uma fogueira que ia derreter toda a neve. Então um dia, uma faisca foi acesa, mas era uma faisca falsa, forjada pela rainha de toda aquela neve. Então todas as árvores foram cortadas, para que a madeira delas pudessem alimentar a tão esperada fogueira. Mas era uma faisca falsa, então a fogueira não acendeu. Na verdade ela acendeu, mas durou só o tempo necessário pra que tudo virasse apenas cinzas. Então o inverno continuou....
Ela parou olhou nos olhos dele e com um suspiro continuou
-Desculpe, mas eu tenho que esperar as árvores crescerem de novo...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

um conto de inverno.

"Desiste Bia, Ele não vem. Eu to congelando já" Luiza falou desolada sentada nos degraus da igreja barroca da pracinha central. "Vai embora você, eu nem estou com frio" Eu repliquei dando de ombros..
"Você não tá com frio porque você não consegue pensar em outra coisa a não ser nele" ela disse um tanto irritada. "E eu não vou embora não, mamãe mandou te vigiar, e é isso que eu vou fazer" 
Eu me encolhi dentro do casaquinho fino: Eu não estava preparada pra esperar tanto.Mas ele viria, estava certa disso. Peguei o celular pra ver a hora, quando vi uma mensagem dele "O transito está horrível, vou me atrasar, se não puder me esperar eu entendo. Boa noite linda". Sorri meio desanimada e me conformei (meio relutante) em voltar pra casa sem vê-lo.
"Vamos" sussurrei me encaminhando pra casa. Então virei a esquina, com o coração apertado de saudades. Atravessei a rua: Desistindo.
Mas de repente, meu celular vibrou no bolso da minha calça jeans mais bonita, vestida especialmente pra esse encontro. Era ele! Eu nem atendi, só olhei pra trás e vi que ele acenava em frente a igreja.
Minha irmã fez uma cara de decepcionada mas eu nem liguei, por mim ela sentiria um pouco mais de frio. Aquele encontro algo de extrema urgência para meu coração aflito.
Eu corri, e nossos corpos se juntaram num abraço. Não havia mais frio. Quando nossos lábios se tocaram uma energia percorreu meu corpo, me acalmando e me aquecendo, como se ali mesmo nascesse o verão, em pleno inverno.
Ficamos conversando, sem prestar atenção no tempo que passava.
De repente Luiza tossiu, chamando a atenção. "Está frio" ela disse "vamos embora por favor!" disse choramingando. Então eu em lembrei do frio, e sorri para ele, "é está mesmo, tenho que ir."
"Não espere" ele disse tirando o casaco.
Ele ia me dar o casaco: tão cavalheiro! Mas, para minha surpresa, ele o entregou para minha irmã. Ela riu, mostrando a língua, como se dissesse, "Eu estou quente e você não".
Eu protestei de brincadeira "E eu, vou continuar com frio?"
Então ele passou os braços em volta do meu corpo e disse, tão perto do meu ouvido que só eu pude escutar "Se você quiser eu posso te aquecer. Te amo minha linda"
E o sol brilhou, dentro de nós.

"Do frio
Desculpa se fez pra ele estender seu casaco nos ombros dela
O inverno então se desfez
Quando ela em troca lhe deu com o olhar um abraço"
Ele/ela - Sandy Leah