segunda-feira, 28 de novembro de 2011

perfeição

posso não ser o melhor para você
mas sou egoísta o suficiente pra tentar mudar
pra desfazer-me do que não lhe agrada e consertar-me
se assim o quiseres
se for o preço de seres meu
imponho-me à sua vida e aceito, portanto, as consequências
serei capaz de vencê-las, sabes bem
serei feita á sua fôrma
a minha forma, de ser sua.
de ser perfeita para você.
e vendo-me refletida em seu olhar
ser perfeita para mim mesma.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Bagunçinha







A lua brilha, o sol repousa tranquilo

A pressa do encontro suimiu: agora era só momento

Memórias repetidamente diferentes, encontrando-se num "quem sabe" que aconteceu

E o que acontecerá? Por enquanto, não importa: vai levando e vivendo, vivendo e sendo feliz.





"que não seja eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure"

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

she wolf

Era noite de lua cheia, o que queria dizer que qualquer misera emoção desencadearia o desastre.

Ele sabia muito bem disso, mas mesmo assim, insistiu para que eu fosse na reunião de família. Ele prometeu fazer de tudo para me deixar calma, e eu sabia que era verdade: Envolta nos seus braços eu me sentia humana, mesmo sabendo da maldição que corria em minha veias.

Arrumada e perfeita eu nem de longe lembrava a natureza animal que se escondia abaixo da minha pele.

Ele sabia do monstro que eu era, mas nunca havia me visto transformada, e eu esperava que ele não me visse desfigurada tão cedo. Tinha medo de o machucar, quando o lobo vencia eu, humana -o que sobrou disso dentro de mim- frágil, não podia fazer nada para reprimi-lo. Eu esperava que se um dia, as emoções me transformassem perto dele, nosso amor bastasse para eu lembrar de quem era ele. Se não, eu não me perdoaria.

Foi então que, enquanto eu estava distraída, ele beijou meu pescoço caminhando cuidadosamente até minha orelhas num vai e vem que me tirou do controle total. Uma inocente caricia que sob o efeito da lua fez meu corpo responder de forma surpreendente. Eu desesperei

- Suas mãos - ele sussurrou, apontando para os pelos cor de mel que nasciam estranhos em minha mãos buscando a forma animal que sempre quiseram ter.

- Vamos pro seu quarto- Eu respondi, enfraquecida pela luta que eu começara a travar com meus instintos. Desviei o olhar do brilho prata que vinha da janela. - Rápido, eu não estou bem - Continuei, não sabendo o quanto tempo eu aguentaria.

Ele então me segurou, de forma que meu corpo em transformação ficasse escondido pelo dele. A sala irrompeu em murmúrios, ele apenas respondia com um "ela tá passando mal"

Quando chegamos no quarto ele me deitou na cama, minha respiração irregular me fazia parecer ainda mais selvagem. Então deixei q a irracionalidade me dominasse, cansada de lutar com o impossível

- Me deixe sozinha, eu vou te machucar - Eu tentei falar sem gritar, apesar da dor da transformação não deixar que eu soubesse se consegui o que pretendia

- Não vou te abandonar, te amo, humana ou não - ele respondeu segurando minhas mãos que agora já não pertenciam mais a um humano.

Então eu, inconsequente, o puxei pra perto. E então eu vi, refletido nos olhos negros dele, um lobo cor de mel totalmente manso deixando-se acariciar pelo seu dono. O lobo estava domado.

sábado, 12 de novembro de 2011

Porque você está estranha?
Porque você está afastada?
Por que você não veio?
Por que você não trouxe ele?
Você não vai lá?
Você não vem cá?
Você é sempre tão quietinha assim?
Você não vai falar nada?

O que você tá escrevendo nesse blog?

Por que você está chorando?

Por que você é assim?

Por que???


Porque as pessoas insitem em perguntar quando elas sabem que eu não tenho resposta!


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

horror

Fernanda sentiu um fio de sangue escorrer por entre suas pernas. Ela não ousou levantar a cabeça. Esperou quieta até que eles estivessem se afastado. A dor física que contraía todos os músculos do seu corpo não era nada comparado com a vergonha e com o medo.
Ela tateou pelo grama, ainda abaixada, em buscas das mãos de Roberto: Não as achou
Uma lágrima escorreu salgada pelos ferimentos do rosto, e um pensamento rasgou sua mente: ele está morto. O pensamento a revirou e contrariando todo os apelos do seu corpo dolorido ela ergueu o olhar em busca dele. Ele estava encolhido com o rosto prostrado na grama, mas respirava. Fernanda se arrastou até ele e se aninhou no peito dele de forma que ela pudesse ouvir as batidas cadenciadas do coração dele. Batidas que denunciavam que a vida ainda corria em suas veias. Ela respirou, um estranho alivio passou pelo seu corpo maltratado, tão repentino como o surto de coragem que havia levado ambos aquelas condições. Ela tentou se levantar, correr pra pedir ajuda, mas caiu nos primeiros passos. Então ela deitou-se derrotada sobre o corpo aparentemente inerte de Roberto. E rezou, para que alguém achasse os dois.
- Por que você deixou que eles fizessem isso com você?- Roberto falou em um sussurro quase inaudível
- Eles te ameaçaram, eu não podia ver eles te machucarem por minha culpa, eu não poderia deixar que eles... desculpa se eu fiz errado...mas eu não consegui... - ela respondeu falando tão rápido que as palavras saiam emboladas e sem sentido de sua boca.
-Por que eu não pude te proteger? Por que você não correu, minha linda? Por que não me deixou sozinho? Assim você estaria protegida.
- Por que eu te amo.
Ela respondeu, enquanto se permitia esparramar-se pela grama a espera de um milagre que apagasse da mente dela todo aquele horror.


Inspirado num conto que eu li a muito tempo de uma amigo... não ficou como eu queria, mas...