quinta-feira, 13 de março de 2014

ela é tão inteligente
é um desperdício se ela fosse feliz

quarta-feira, 12 de março de 2014

Sobre morrer

Poucos podem saber a data exata de sua execução, mas você sim minha criança. Mas acostume-se com isso, é imprescindível que nossas escolhas deixem algo pra trás. E dessa vez é sua existência que deve ser sacrificada. Ora, morremos todos os dias, matamos nossas crianças para dar lugar ao aterefados adultos, matamos nossas bailarinas e astronautas para dar lugares ao advogados e engenheiros. Matamos nossas cobras e elefantes para por no lugar meros chapeis. Eu decidi pelos chapéu, cara criança. Decidi matar-te pois você, no que há de vir, não é suficiente. Silencio! Não chore! Não há gloria ou prazer nisso. É só obrigação. É a pressão de uma sociedade que vontade é um termo usado para os mimos de uma criança. E eu não sou mais criança, pra quer ter vontade? A menos que se saiba explicá-la. Que se ponha a culpa nos medos. Medo pode, mas sensibilidade não! Sejamos racionais. Profissionais. Maduros. É apenas uma criança a ser sacrificada, um pequeno erro de criação. Será bom pra mim, me fará alguém melhor. Alguém menos eu. O dia se aproxima. A plateia se ajunta pra opinar, pra aplaudir e depois pra julgar. Depois eles somem, tudo some pois nada é igual. Todos morrem um pouquinho junto com a minha criança. São desconhecidos. E eu, sozinha serei apenas eu e minhas lembranças de um passado morto.

"Retrovisor nos mostra o que ficou
O que partiu, o que agora só ficou no pensamento
Retrovisor é mesmice em trânsito lento
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas
Mostra as ruas que escolhi
Calçadas e avenidas
Deixa explícito que se for pra frente
Coisas ficarão pra trás
A gente só nunca sabe que coisas são " 
O Teatro Magico