Éramos um casal. Não por escolha própria, mas por vontade de nosso diretor.
Tinhamos a química perfeita, ele insistia. E eu? particularmente não concordava nem discordava, só desconhecia. E não gastaria meu precioso tempo querendo conhecer. Além do mais, havia o risco inegável da decepção e definitivamente eu não o ansiava.
Eu tinha um texto pra gravar e um cachê para receber. Haviam aplausos a serem dados, e eu estava pronta para recebê-los. Independente de quem estivesse ao meu lado.
Se fosse preciso vender meu sentimentos eu os venderia.
Se fosse necessario forjá-lo eu os forjaria. Eu era uma artista.
Eu sabia me manipular, e possuia motivos suficientes para isso. Mesmo que inumeras vezes eu duvidasse da utilidade de tudo isso.
Estava decidida,: Iria subir no palco e quem sabe descer de lá rumo à uma nova realidade de cabeça erguida e faces errubecidas de satisfação por ter escrito meu próprio destino. E talvez, se parasse para conhecê-lo melhor, talvez eu voltasse ao meu mundo com um sentimento a mais. Era tudo ilusão.
Personagens.
Mas não havia tempo, eu tinha que atuar.