terça-feira, 3 de janeiro de 2012

a gente se misturando feito leite e café

A chuvinha cai fina pela janela da casa de campo

Emma olhou para seu copo de café. Pingos de leite clareavam a mistura.


Assim que ela gostava: O frio do leite com a quentura do café. A cor e o sabor que ela aprendera a ligar com o amanhecer, com o dia a dia e com afeto da mãe.


Separados, o café e o leite pouco significavam para ela. Não tinha o sabor de suas lembranças, eram só sabores distintos, cumprindo outras funções e se misturando- ela ousava pensar- com as misturas erradas.


Eram completos em si, porém complementares. E depois de juntos, inseparáveis.


Diferentes, e por isso perfeitamente encaixáveis. Não estavam ali para cumprir funções, mas para servir-se mutuamente (e ao mesmo tempo a um bem maior). O porque de estar junto não importava, o estar junto que era o bem precioso dos dois.


De repente ela se sentiu como um copinho de leite, que tinha encontrado seu café.

2 comentários: