segunda-feira, 10 de maio de 2010

lembranças de um verão...

Por Julia para o concurso da capricho fic... nem ganhamos =/

Sorri enquanto olhava a primeira foto do álbun de verão. Parecia natural aquele menino de camisa verde me abraçando, afinal éramos quase parentes, mas o motivo do abraço ia bem além do que meus pais pudessem imaginar.
Era dia 17 de janeiro, e fui pra casa de verão da minha tia. Ia encontrar meus primos, mas provavelmente ia ficar uma semana sem nada pra fazer. Mas eu estava enganada, muito enganada.
Logo que cheguei, minha prima Raquel veio falar comigo. Ela me arrastou para a parte de trás da casa, falando que tinha que me mostrar algo. Neste caso, como eu pude ver quando cheguei, não era algo, era alguém.
Tinha um menino nadando na piscina. Um menino gato.
- Quem é? – perguntei pra minha prima, que riu de mim.
- Lembra do Eric Prince? Aquele que é filho do seu padrasto? Então...
Bom, Eric morava com a mãe, mas de vez em quando nos dava o prazer de sua presença nos finais de semana que passava com o pai (recém casado com minha mãe). Mas já fazia quase dois meses que não o via.
Ele me viu e foi falar comigo:
- Eii Camille... Quanto tempo! Tudo bem com você?
- Tudo... Faz tempo mesmo... – meu Deus, como ele estava gato. O cabelo estilo “topete-do-Robert-Pattson” estava desfeito pela água e o olho verde me olhava. – Você chegou há muito tempo?
- Não, cheguei agora. Estava conversando com sua prima... Nós vamos fazer uma trilha hoje... Você quer ir? – minha prima me cutucou, rindo, e sussurrou um sim.
- Ah, claro! Quando nós vamos?
- Agora! – Disse minha prima – Antes que os mais novos cheguem e a gente não consiga mais caminhar.
Raquel avisou aos meus tios e fomos caminhar. Estávamos conversando quando Eric disse:
- Olha... O que é aquilo? Uma gruta?
- Vamos entrar? – Eu sugeri, e eles concordaram. Estávamos na parte mais fechada da mata que tinha perto da praia.
Entramos por aquele caminho, Eric na frente, eu atrás e Raquel atrás de mim. Mas a gruta começou a ficar mais apertada e baixa, até termos que nos abaixar pra passar.
- Desisto! Vou voltar, continuem vocês – Disse Raquel, indo embora depois de piscar e dizer algo como “aproveite”.
Continuamos, só nos dois, a gruta tão apertada que tínhamos de passar colados um ao outro. Chegamos ao fim, em uma pedra aberta. Sentamos e começamos a conversar sobre mais coisas que você possa imaginar.
- Você cresceu... Está linda.
- Obrigada... Você também.
Ele então se aproximou de mim e pegou a minha mão. Seus olhos verdes me olhavam, até que eu fechei meus olhos, seu rosto a centímetros, e ele me beijou.
Eric era meu meio irmão – fato. Era gato – fato. Eu acabara de beija-lo – fato.
Voltamos pra casa, e logo contei á Raquel à história. A foto, batida naquele dia, agora estava no meu álbum. Se isso viraria um namoro, eu não sei... Mas uma certeza eu tinha: esse verão foi perfeito... Pra nós dois.

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