quinta-feira, 17 de março de 2011

Um dia qualquer

Era um dia modorrento de outono, e a chuva caia fina nas ruas. Havia poucas pessoas andando na calçada, e as que estavam caminhavam apressadamente, sem nem olhar para os outros, com medo da tempestade que prometia chegar. Uma folha caiu da arvore.
Mas ali, debaixo de um guarda chuva azul claro, estava Ana, simples, molhada, de volta pra casa. Caminhava lentamente, pensando, alegre, um contraste colorida naquele dia cinzento.
Naquela mesma rua, caminhava Paulo, apressado, com seus livros de escola e seu fone de ouvido numa musica que ele não sabia o nome, mas que lembrava ter ouvido num filme, alheio a todo o resto.
Só que numa esquina, os dois, sem perceber a presença do outro, se esbarraram. Foi um só susto, uma diferença num dia tão igual, os acordando de seus mundinhos. Os livros caíram no chão.
Paulo abaixou para pegá-los.
- Desculpa... – Murmurou Ana - Quer ajuda?
- Não! – Disse Paulo, meio rude – Quer dizer, desculpa, não é isso que eu quis dizer – Ele riu – Não precisa... Isso.
Os dois riram, talvez se encontrassem mais alguma vez algum dia. Sorrindo, seguiram seus caminhos.
Mais folhas caíram, naquela modorrenta tarde de outono, onde as pessoas mal olhavam para as outras.

Julia UP

Nenhum comentário:

Postar um comentário