domingo, 5 de setembro de 2010

arqueiros


Juuh aki... =D


Meus dedos estavam dormentes. Percebi que segurava o arco com muita força em minhas mãos. Uma gota d’água caiu de meus cabelos, trazendo lembranças da chuva que tomara conta da cidade hoje.

Sentei no telhado da casa, esperando que a batalha melhorasse. O meu alvo ainda não havia aparecido, e só me restava uma flecha, que deveria ser certeira.

Arqueiros... Lembro-me de ter medo deles quando era pequena. Mas não imaginava que iria me tornar uma, e muito menos que teria que matar o comandante do exercito. Nosso inimigo, mas principalmente, meu inimigo. Ele havia matado minha família inteira. Se não fosse Will, meu marido, eu jamais teria sobrevivido. Engraçado... Dois arqueiros, recém casados, em uma batalha.

Procurei Will pela multidão, mas não pude vê-lo. Também, com a quantidade de pessoas e a habilidade de se esconder dos arqueiros...

Um som fraco veio de trás de mim, atrapalhando minha linha de pensamentos. Discretamente, me virei. E lá estava ele, Marc.

Ele me procurava. Ele tentaria me matar. Mas não seria rápido o bastante. Enquanto os pensamentos corriam em minha cabeça, com o arco já armado, sai de meu esconderijo. Ele se virou e sua voz seca ecoou pela minha cabeça:

- Você. Pelo visto a garotinha tem um arco? Largue isso, você pode se machucar.

- Você. Você matou o meu pai, minha mãe, meus irmãos. E agora eu te mato.

- Ah, sim... Não só eles, mas também vou matar seu marido, não é, Will? Sabe, Elizabeth, você podia ser minha.

Ele se aproximou de mim, e pressionou seus lábios no meu. Com repulsa total, dei uma tapa no seu rosto. Seus olhos se encheram de raiva.

Ele apontou, e eu pude ver Will. Um homem segurava uma faca de caça em seu pescoço. Se eu matasse Marc, matavam Will.

- Largue-o. Proponho um duelo.

- Duelo? Nem espada você tem...!

- Faremos o seguinte: eu com minha faca de caça e o meu arco e você com sua espada e seu escudo.

Ele se armou. Ele possuía uma armadura, e eu não. Ele avançou. Tentei me lembrar do que tinha aprendido. Apoiando uma faca na outra, num X, bloqueei o golpe a tempo. Virando a faca, deslizei-a pelo seu braço, mas ele bloqueou, defendendo com seu escudo. Eu senti o golpe em meu lado. Minha respiração arquejou, e havia sangue em minhas mãos. Eu avancei, ferindo as suas costas. Ele avançou – Eu não tinha um escudo, mas meu arco não estava longe. Bloqueando o golpe, corri até meu arco.

- Desistiu, moçinha?

- Nunca.

Eu não mirei. Apenas atirei. A flecha, as facas de caça. E elas atingiram seu alvo. Vi de relance sua expressão espantada, enquanto caia morto. Peguei minha faca e atirei no soldado que mataria Will. Correndo até ele, ouvi um sussurro:

- A salvadora do salvador.

Conferi se estava ferida, e se Will estava bem. Nenhum ferimento sério. Abraçando Will, senti o toque dos seus lábios no meu. O mundo estava de novo no seu lugar.

Todos estavam vivos. Todos estavam bem.

Um comentário:

  1. izabela diz: minhas primeiras aventuras com figuras humanas... não reparem... um dia melhora xD

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