quinta-feira, 25 de novembro de 2010

carnaval de junho.

A colombina abriu o album emporeirado de fotos dos antigos carnavais. Em todas sorria o mesmo personagem: Arlequim.
Bonito e charmoso, ele não tardou em conquistar o coração de Colombina com juras de amor vazias e posias escritas por outros poetas.
Mas agora, no final do carnaval, Arlequim tinha ido embora. E colombina estava sozinha.
Sozinha não. Tinha o Pierrot. Sempre tinha o Pierrot. Ele sempre estava lá, timido e apaixonado.
Gastando horas com poesias e desenhos para Colombina.
Pra no fim ouvir apenas um "você é um grande amigo".
Era carnaval, mas tudo se parecia mais com a quadrilha de Drummond.
Pierrot fez os olhos de Colombina voltarem a brilhar, e eles brilharam pra um outro alguem, que nunca amou ninguem. E que hoje estava feliz. Como Lili.
E você, leitor, se pergunta:

Porque a Colombina não se apaixonou pelo Pierrot?
Por que ai, não haveria carnaval!

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história"

(A quadrilha - Carlos Drummond de Andrade)

2 comentários:

  1. Muito bom, e boa comparação com "A quadrilha". Ficou engraçado, de bonitinho, e sobre o desenho, não ficou igual você falou ok?! ficou bonito.

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