O ódio atravessou o espaço entre elas e colidiu contra os corpos femininos que se encaravam. As duas eram amantes de um mesmo homem, mas só uma poderia tê-lo.
E de fato uma o tinha.
O sorriso daquela que possuía aquela pessoa tão estimada era zombeteiro e tripudiava das lembranças tolas da outra.
A força arrebatadora da perda deixava aquela menina tão jovem fraca e incapaz de outro sentimento além da raiva. Ela mal podia fitar a outra nos olhos.
Porém era desconfortável também para aquela que tinha tudo nas mãos. Pois causar tamanha dor aquela menina partia também seu coração.
Mas era preciso que fosse assim.
Sofrer por algo que já não era mais seu tinha sido uma escolha tola da menina. Ela nada tinha a ver com isso. O menino era feliz com ela, tinha o amor que aquela garotinha nunca daria igual.
Mas, o fato era que a dor de uma era necessária para a felicidade da outra.
Então a garota olhou mais uma vez par aquela que a odiava.
Revestiu-se de uma indiferença e apagou os resquícios de piedade. Tanto para se proteger do ódio que a outra emanava, quando para rir-se de sua própria sorte. E por um momento, insano talvez, ela se deliciou com a desgraça alheia que realçava tanto a sua própria sorte.
E a outra? E a outra só murchava.
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