quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

tipo certo de menino errado.

Ela dançava ao som da música de mesma batida. Não, ela não dançava. Ela simplesmente inclinava a cabeça para trás (de forma que seus longos cabelos lisos emoldurassem suas curvas perfeitas) e deixava que as ondas sonoras sacudissem seu corpo.
Na aparência ela era como um nephilim, com sangue de anjo e aparência semidivina porém com o mistério e o perigo de uma criatura nem humana nem anjo. Sua roupa branca brilhava sob a luz negra, o que fazia sua aparência ainda mais angelical e desafiadora.
Mas por trás de toda essa segurança ela era só Cristina, uma menina tímida, frágil e sonhadora.
A típica moça de família, que toda mãe gostaria de ter como filha.
Entretanto, quando ela dançava ela parecia uma mulher incrivelmente sedutora. E ela gostava disso. Ela gostava do poder de atrair qualquer olhar que ela desejasse.Então ela olhou ao redor, como se estivesse à caça, escolhendo o garoto que seria dela aquela noite.
Nesse momento, apareceu Ian, ruivo, olhos verdes e pele branca. Ele era magro porém com formas definidas e levemente mais alto que ela. Mas o que lhe chamou mais atenção foi o discreto alargador de prata em sua orelha e a tatuagem discreta em seus braços. Junto com aquele sorriso descontraído, o alargador e as tatuagens lhe davam aquela cara de menino malvado (daqules que você não ousaria apresentar para sua mãe) que nenhuma garota resistiria.
Ela o desejou, com toda a força. Porém sua consciência a proibiu totalmente disso.
Ele era nitidamente o garoto errado. Suas amigas ficariam completamente chocadas se eles se envolvessem aquela noite. E ela riu-se do seu gosto peculiar.
As feições dele escondiam um passado desafiador que ela gostaria de descobrir, porém ela tinha medo de se envergonhar com o que descobrisse. Decência não era exatamente o que se via naqueles olhos verdes e intensos.
Definitivamente era proibido (o que o fazia ainda mais irresistível), mas naquele momento todas as células do seu corpo ansiavam por aquele garoto. Ele era seu pólo inverso, seu oposto, a peça do quebra cabeça que encaixava na sua, por que todo mundo sabe que peças iguais nunca se encaixam tão bem. E ele, com certeza não tinha nada de igual.
Ela pensava enquanto o observava dançar. com os olhos fixos ela deixou que ele a observasse também. Por vezes os olhares se cruzaram. Mas nada aconteceu.
De repente o celular dela tocou, e ela viu a hora. Hora de ir embora. Não houve decepção. Ela voltaria aquele lugar logo. E ele, ela esperava, voltaria também. Era dar tempo ao tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário